domingo, 30 de setembro de 2018

cartas

As cartas de hoje. Quais serão as cartas de hoje? O jogo. A vida. Eu vi a coruja naquela árvore. Ela não estava lá, mas estava lá. A coruja. A carta da coruja, daquela que sabe. Daquela que vira o pescoço para observar ao redor. Daquela que olha no escuro para adivinhar a noite. Quais serão as cartas de hoje? O sangue no lençol se repetindo. O sangue no lençol se repetindo. Trocar os lençóis, len sois, sou?
Sou e não sou, a tensão do que está em redor. Tão difícil. Tão delicado. Tão. A mulher tão linda. O homem tão bruto. Até quando? E o problema do gênero seria um falso problema? Nem sei mais a que gênero pertenço. Prefiro o gênero das crianças. Gênero, gen hero, gen heróico. Heroísmo, preciso pesquisar. Por que tanta performance para tão pouca vida? Mergulhar no instante infinito, incredível, incrível...

quarta-feira, 6 de abril de 2016




Amor Só

Quem eu amo
Amo eu
Amor meu
Somente meu
Valente eu

Quem eu amo
Amo eu
Valei-me o amor
Amor só meu
Coração seu

Quem eu amo
Amo eu
Somente amor
Caminho meu
Ando no breu

Quem eu amo
Amo eu
São tantos os eus
Amor só seu
Cadê o amor?

Quem eu amo
Amo eu
Valei-me o amor
Amor só eu
Amor só seu

Rita B

abr/16

quarta-feira, 27 de agosto de 2014


 

água no olho
escuto a chuva
trovoada
cor de chumbo
abandono
só mais um pouco
alvoroço
cadê você
cadê
sumiu
sumiu você
coração rasgado
um trapo
embaraço
um nó atado
na memória
instalado
 
rita/ago 2014 

 

quinta-feira, 27 de março de 2014

amar cura a amargura?

ou

amar fura a armadura?

sexta-feira, 18 de outubro de 2013


Lírios são lindos,
girassóis também.

Ruídos entram pelo
quadrado aberto
na face frontal
do cubo onde vivo.

Grampos de cabelo
espalhados e esquecidos
flutuam pelo espaço 
e me fazem pensar.

Rita


Out/2013

sexta-feira, 27 de setembro de 2013



sobe
sobe alto
até o mais alto
tão e tanto e tamanho
suspende
e fica suspensa
qual a surpresa
não há volta


Rita/set/2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013













No meio das pedras.
Pisando na areia.
Beirando o mar.

Tudo estendido,
o mar e o pensamento.

Beirando a mim mesma,
no meio de mim.
Tateando aquilo
que imagino ser eu mesma.

Tudo estendido,
o mar e o pensamento.

Rita B.
Ago/13



sexta-feira, 1 de março de 2013


campo aberto
sol
gramado verde
libélulas
também eu voava
tremulando asas
não tergiversava
apenas pairava
um em si
zumbindo
quase
chorado

rita/mar/2013

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


Natal de 2012

Natal é encontro.
Natal é estar com o outro.
Natal é ir a esse encontro.
É chegar e dizer:
Como está?
Tudo bom com você?
Que bom te ver!
Espero que você seja, sempre, muito feliz...
Natal é estar presente.
Natal é conviver, é abraçar, é celebrar.
É, também, sorrir e chorar.
Natal é nascer, é voltar a ser criança.
É lembrar de uma mãe Maria.
É recordar de um pai José.
Natal é esperar por um novo tempo.
Um tempo de paz,
um tempo de amor, de confiança,
um tempo de “sim você pode chegar”.
Tempo de bem aventurança.
Natal é desejar que o ser humano
amplie sua consciência e saiba,
afinal, somos uma grande família
que habita um planeta azul chamado Terra.
Um Natal de muita paz pra você!

Rita Brant

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


a gente pede a chuva
e quando chega vem demais
sem medida
parece a gente
desmedida
quando chega chega demais
quando não chega não dá nem sinal de vida
acho que eu pareço com a chuva

sábado, 22 de setembro de 2012


Passo pelo lago do parque.
Encanto-me com a luz que incide sobre a água.
Luz que brinca e cintila aqui e ali.
A brisa levanta pequenos picos na água.
Nesses picos a luz incide.
Para mim é um verdadeiro presente, uma joia, a visão desta brincadeira da luz do sol sobre a água levemente agitada pela brisa.
Mais tarde, lembrei-me disto tudo e a água dos meus olhos turvaram-me a visão.
Meu coração ficou cheio de luz sobre a água.  

Rita/12

meu coração de lata
se amassa
e dói, depois
incha e
explode e
se arrebenta
e fica partido,
ido, perdido,
pedindo um
pouco de trégua
de regra, de ritmo,
no compasso, com
passo, passo a passo.

Rita/12

terça-feira, 10 de julho de 2012


a compaixão é coisa de dentro da gente
não é pensada não
acontece de dentro do coração

quando existiu tudo no mundo
cada qual ganhou um jeito
uma forma de ser

não tem melhor, nem mais bonito
somos todos existentes
cada qual à sua maneira

se você for ao rio
pode ver as pedras da beira
cada qual é diferente

cada uma veio e vai por um caminho
alguma rolou lá de cima da montanha
cada pedra é uma pedra

pedras escuras, claras, amarelas
pedras lisas, rugosas, cheias de arestas
e são tão lindas as pedras de todo rio

e tão linda a existência na Terra.

Rita/2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012




Perdida fiquei entre tantos ganchos.
Quero apenas o espaço livre,
para escorregar em alguma liberdade.

Vasto mundo de antes, adiantes e pássaros cantantes.
Quais são pedras a fazer um caminho?
Quais os sonhos me levam à aventura?

Vou me situar lá no incomparável mundo
onde não há comparações.
E, em decorrência dessa singularidade,
não existem formatos definidos,
linhas nítidas, dicionários,
sinônimos, antônimos ,
equivalências e definições.

Campo aberto.

segunda-feira, 28 de maio de 2012



Pérola


Nacarado mundo
Em que me escondo

Pérola repousada
Na maciez de um molusco

Este é o lar
Em sonho e luz

Antecipo o mistério
Ao desnudar a concha vulvar

O amoroso toque
Ilumina a doce aventura

O agressivo impulso
Desfaz a quimera da abertura

Meia volta e vamos dar
Cambalhotas pelo mar

Ao encontro de mais uma onda
A levar-me, suavemente...

Rita

segunda-feira, 23 de abril de 2012





Seu olhar é apenas um entre tantos.
Entre tantos olhares.
Miríades.
Mil formas de mirar.
Meu olhar é apenas um entre tantos.
Entre tantos olhares.
Pares de olhos a mirar imagens.
Ou miragens.
Designações.
Significações.
Amontoadas.
Traduções.
Vide verso.
E os entretantos.

Rita / abril / 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Tentando refletir sobre o Nada.
 
No nada não existe dualidade.
No nada não se formam membranas.
No nada não há justificativas, não há definições, não há formas.
No nada não se fala em tempo, nem espaço.
O nada não é uma dimensão.
Pode-se dizer que o nada é Brahman, ou aquele que é inqualificável, aquele que é absoluto.
Brahman é o zero, onde os pares de opostos se anulam.
O nada abrange todas as possibilidades. 

Rita / Fev. 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

“Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: 
controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. 
Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo."
Mahatma Gandhi

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Plenos como a lua.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011







Se algo incomoda o seu olhar, 
olhe pra formiga ou,
se incomoda seus ouvidos, 
escute o assovio do vento. 
Se incomoda seu nariz, 
faça um bigode debaixo dele com a ponta do cabelo,
ou com o dorso do dedo.
Se comer alguma coisa amarga, 
uma coca-cola resolve. 
E por fim, 
se caso sua mão tocar o intocável, 
assopra que tudo ficará mais suave.

É isso por hoje.


Rita B. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


saí do lugar

cheguei lá

invadi tua vida

troquei tudo de lugar

depois desisti, cansei

dexei tudo pra trás

voltei àquele lugar

que já não é mais o mesmo


Rita

quinta-feira, 17 de novembro de 2011


                             
        Solte o sol!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011




               IR 
TURN     ON    OFF
               IA


meu amigo poeta
tem uma biblioteca
que se estende
em estantes
sobrepostas
nas encostas
de um universo
de mil versos

rita

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"O movimento que nasce da serenidade traz harmonia"
Frase de Maria Lúcia Lee, mestre em Práticas Corporais Chinesas.
Publicada no blog 
http://diariodepraticascorporais.wordpress.com/

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Brasília

A paisagem corre diante dos olhos.
Tudo se risca, se estica, se vai.
Dentro do carro, na rua, na avenida de Brasília.
Árvores aqui e ali plantadas.
Gramado extenso.
Amarelado.
Não árvores nos largos concretos calçados.
Cadê os caminhos de andar o corpo?

Rita
Passarinho fez um ninho na árvore de fronte à minha casa.
Escolheu um galho bem arranjado na copa da pitangueira.
A passarinha-mãe permaneceu dentro do ninho, em cima dos ovos, por muitos dias.
Inabalável sua atenção e cuidado.
A pitangueira, neste tempo, cobriu-se de flores.
Os frutos vieram e os ovos eclodiram.
E tudo nasceu.
A fome e os frutos.
Os passarinhos abriram seus bicos tão logo nasceram.
Duas bocas-bicos abertas-abertos em direção ao céu.
É de lá que chega a passarinha-mãe trazendo o alimento para os passarinhos-filhotes.
E a árvore-pitangueira regozija-se e se oferece a este singelo movimento da natureza.
Rita

domingo, 16 de outubro de 2011




Tudo em mim se represa.
Acumula-se o tudo em mim.
Sonho ser um jorro
e fluir qual água despejada,
jogada no fora de si,
lançada sobre um veio,
num passeio que corre
sem fim...

Rita
Quanto ao equilíbrio, 
vamos ver.
Que consciência é essa que te tolhe e 
te impulsiona à beira do abismo?
O que te desequilibra?
Sem o desequilíbrio é impossível dançar.
E dançar faz parte da vida de quem vive de verdade.
Não dá pra estagnar.
Pode-se dizer que dançamos conforme a música.
Venho aqui e digo: quero a melhor dança.
Nem que  música não soe assim tão bem.
(Lembro agora da dança Butoh).

Hoje acordei pensando nas brechas.
É por aí que quero passar.

Rita